Em 27 de setembro de 2001 um avião Hércules C-130 da Força Aérea Brasileira (FAB) se chocou com a Pedra do Elefante, na sua vertente sul, ocasionando a morte de 9 tripulantes e a destruição de grande área de floresta atlântica no topo do morro. A queda do avião não foi explicada.
Relato de Gerhard Sardo
Era quinta-feira, 12h15m ...soou uma grande explosão, como uma forte trovoada que ecoou pelo vale da Serra da Tiririca em toda a extensão do bairro de Itaipuaçu. Momentos de ansiedade e nervosismo afloravam entre os moradores locais. Estavam todos atônitos com o uma grande fumaça negra que emergia entre a floresta. Do outro lado da Pedra do Elefante, no bairro de Itacoatiara, a sensação é que caíra uma bomba, devido ao violento deslocamento de ar. As casas trepidaram e os vidros das janelas estavam prontos a quebrar. 30 minutos depois do susto, surgiram um, dois, três e até quatro helicópteros de resgate. Uma cena de guerra em pleno Rio de Janeiro. Os curiosos vagavam pelas ruas e jovens voluntários seguiam em direção ao local para auxiliar as equipes de resgate. O Corpo de Bombeiros logo chegou. Foi o primeiro grupamento oficial de resgate a chegar junto ao local do acidente. A dúvida pairava sobre a identicação da aeronave: avião ou helicóptero? Com apoio de montanhistas locais, as equipes de resgate alcançaram os destroços do avião. Que tipo avião? Ninguém sabia dizer. No local, muitos destroços e corpos mutilados e carbonizados ... visceras humanas espalhadas de forma indescritível. Foi um momento de horror. Nínguém sabia o que fazer ... estavam todos sem ação. A área atingida pelo Hércules C-130 estava em chamas, com vários focos de incêndio pela floresta. Os destroços do avião cobriam toda a Pedra do Elefante. Na vertente para Itaipuaçu, na trilha principal e na vertente para Enseada do Bananal, bem próximo ao cume da Pedra da Tartaruga, tinha-se a verdadeira dimensão do problema: centenas de objetos, fuselagens e restos humanos espalhados em meio a vegetação nativa. Um cenário de guerra. Alguns ficaram nervosos, outros chocados. Houve discussão ... O clima era de insegurança no local. Alguns tentavam chegar aos destroços do avião, quando foi notado o risco de desabamento da encosta na vertente sul da Pedra do Elefante. Um amontoado do pedras soltas, solo encharcado pela chuva e o nevoeiro indicavam um novo desastre. Todos se afastaram das áreas de risco, O cheiro forte de combustível apontava a possibilidade de novas explosões ... o medo era inevitável. As equipes de reportagem se aproximaram. Uma hora depois as equipes da Aeronáutica chegaram ao topo da Serra da Tiririca e evacuaram a região. Foram retirados do local todos os voluntários e integrantes do Corpo de Bombeiros. Eram os agentes da Força Aérea Brasileira que chegavam sem parar. Dezenas de militares armados com fuzis cercaram a região. Interditaram as vias de acesso e a trilha principal. A sociedade civil foi afastada e não houve mais qualquer possibilidade de auxílio àqueles que demonstravam conhecer muito pouco a Serra da Tiririca. Perdas de vidas humanas e degradação ambiental restaram.

Não eram qualquer militares,eram os homens do PARA-SAR, especialistas em resgates de aeronaves acidentadas em locais de difícil acesso.
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